sábado, 21 de abril de 2012

Prática - 04, parte 2, Tenébrio molitor: Morfologia, identificação científica,o ciclo reprodutivo, a criação em cativeiro, a alimentação, as instalações e manejo

METODOLOGIA DE CRIAÇÃO DE Tenebrio molitor EM LABORATÓRIO PARA OBTENÇÃO DE LARVAS
Tenebrio molitor é um inseto que infesta grãos armazenados, possui tamanho avantajado e por isso suas larvas são bastante usadas como referência de laboratório para testes com outros agentes biológicos (RICHARDS & DAVIES,1983).


Esta espécie se caracteriza pela alta taxa de reprodução, cerca de 500 ovos por ovoposição. Não voa e prefere sempre ambientes secos e escuros. São exigentes por calor e tem desenvolvimento ideal entre 26°C e 32°C (SEB,1997). 


O objetivo foi de estabelecer uma metodologia de criação massal de Tenebrio molitor, em laboratório, possibilitando a padronização dos insetos adultos e larvas. 


Além disto, estudar os demais parâmetros biológicos da espécie. O experimento foi realizado no Laboratório de Pragas de Grãos Armazenados da Embrapa Trigo, em Passo Fundo, RS, durante o ano de 2007. As larvas de Tenebrio molitor usadas neste trabalho foram procedentes de uma amostra de um criador de pássaros de Passo Fundo, RS. 


Um grupo de larvas foi trazido ao laboratório, observadas diariamente, a assim que ocorria a transformação em pupas foram separadas para o inicio do experimento. 


Estas pupas foram colocadas em caixas plásticas com tampa perfurada, de tamanho de 17 x 24 x 9cm de largura, comprimento e altura, respectivamente, contendo dois tipos de dieta. 


Na primeira dieta, contendo grãos de trigo triturados, com grau 20 de trituração, foram colocadas 20 pupas de um a quatro dias de idade. Na segunda dieta, contendo farelo de trigo e ração granulada para pássaros na proporção de dois para oito, respectivamente, foram colocadas também 20 pupas de um a quatro dias de idade. 


Estas caixas foram mantidas em sala de criação de insetos, em ambiente escuro total, a temperatura e a umidade relativa do ar de 25 ± 1 ºC e 60 ± 5%, durante todo o experimento, respectivamente.


Os resultados obtidos demonstraram que houve a emergência de 17 adultos na dieta com trigo triturado grau 20 e 14 na dieta de farelo de trigo misturado na ração para pássaros. A duração média das pupas foi de 14 dias. 


A longevidade média dos adultos na dieta de trigo triturado grau 20 foi de 60 dias, enquanto que na dieta de farelo de trigo mais ração para pássaros foi de 25 dias. Em ambas as dietas houve a postura dos adultos e a eclosão de larvas, porém na dieta com trigo triturado grau 20 houve uma significativa maior produção de larvas da espécie.


Nesta dieta obteve-se 83,4% de larvas e na dieta de farelo de trigo e ração granulada para pássaro obteve-se 16,5% de larvas. 


Com esta metodologia de criação de Tenebrio molitor, verificou-se uma maior adaptação da espécie a dieta contendo trigo triturado grau 20, obtendo-se maior longevidade dos adultos, maior postura e maior produção de larvas.



  








Fonte: Embrapa Trigo, Passo Fundo, RS , Potrich. T. D.; Lorini, I.; Voss, M.; Steffens, M. C. S.; Pavani, D. P..  


segunda-feira, 16 de abril de 2012

O Futuro que Queremos: campanha da Rio+20

Foi lançada a campanha da Rio+20 "O Futuro que Queremos". O evento ocorreu no Palácio Itamaraty do Rio de Janeiro. Diversas autoridades nacionais e internacionais estiveram presentes no lançamento, aberto ao público e à imprensa.
 "O Futuro que Queremos" aborda preservação ambiental, educação, emprego, renda, desenvolvimento e outros temas importantes à sustentabilidade da vida no planeta. 



Fonte: You Tube

SUSTENTABILIDADE: O debate verde

O que a Rio+20, os oitenta chefes de Estado e as ONGs que estarão na conferência têm a ver com a sua vida.


Entre os eventos internacionais previstos para este ano, a Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, ou Rio+20, já conquistou, com folgas, o título de mais grandioso. Durante cinco dias, entre 20 e 24 de junho, pelo menos oitenta chefes de estado e delegações de 120 países participarão de reuniões no Riocentro e no Museu de Arte Moderna (MAM) em que serão discutidas formas de erradicação da pobreza a partir de práticas econômicas sustentáveis. Ao mesmo tempo, representantes de organizações, ativistas e celebridades que encampam a causa ecológica cumprirão uma agitada agenda paralela.

Tamanho acontecimento vem mobilizando a atenção das autoridades. Há duas semanas, o prefeito Eduardo Paes anunciou um feriadão como forma de aliviar o já caótico trânsito da cidade em meio aos debates e manifestações. Também lançou um apelo aos cariocas para que abram suas casas e seus apartamentos para acomodar os participantes, pois a rede hoteleira, mesmo com 10 000 quartos reservados, dá claros sinais de que não suportará tamanho afluxo, estimado em 50 000 pessoas. "Finalmente as pessoas se deram conta do que vem por aí", diz o secretário estadual de Ambiente, Carlos Minc. "Cabe a nós agora refletir sobre o legado de um simpósio como esse."

A Rio+20, como o próprio nome indica, é um desdobramento de outra conferência da ONU realizada por aqui há duas décadas, a Eco 92. No entanto, se naquela época os ambientalistas pediam o fim da caça às baleias e o banimento da energia nuclear, o foco hoje é outro. O dedo em riste continua lá, assim como as cobranças aos governos e às corporações, mas os próprios militantes começam a baixar o megafone e partir para iniciativas práticas.

Ao mesmo tempo, a preocupação com a natureza perdeu a pecha de "ecochatice" e passou a guiar a tomada de decisão em busca de melhor qualidade de vida. "Temos uma percepção mais consistente de quais são os problemas de fato e de que eles só serão resolvidos de forma descentralizada", avalia o economista Sérgio Besserman, especialista em políticas sustentáveis. Atenta a esse fenômeno, VEJA RIO publicou edição Especial Rio+20 com uma série de reportagens (que indicamos abaixo) sobre como cada um de nós pode adotar condutas menos predatórias relativas ao uso de água e de energia, à disposição do lixo, ao transporte e consumo. Também mostra exemplos de cariocas que contribuem para a preservação de recursos naturais com atitudes simples. Afinal de contas, o melhor ambiente a ser preservado é aquele onde vivemos.

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Fonte: Felipe Carneiro, Veja Rio / Especial Rio+20 

domingo, 15 de abril de 2012

ECOLOGIA: Artigo aponta novas tendências em redes ecológicas

Novas pesquisas em redes ecológicas destacam importância de espécies individuais para a conservação das comunidades. Tendência foi revelada em artigo na Science, no qual cientista brasileiro e colega argentino analisam estudos recentes na área.



A fim de investigar a organização de interações entre espécies em comunidades ecológicas, estudos recentes têm utilizado diferentes estratégias que vão da modelagem matemática a estudos de campo comparativos ou experimentais. 

Independentemente da abordagem utilizada, um aspecto comum sobressai nesses estudos: a importância crucial de determinadas espécies individuais para a conservação da comunidade e para a manutenção funcional dos ecossistemas

Essa tendência nos estudos sobre redes ecológicas foi destacada em artigo publicado na edição atual da revista Science por Thomas Lewinsohn, professor do Instituto de Biologia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), e Luciano Cagnolo, do Instituto Multidisciplinar de Biologia Vegetal da Universidade Nacional de Córdoba (Argentina). 

O artigo foi publicado na seção Perspectives da revista, na qual especialistas mundialmente consagrados em suas áreas comentam e avaliam avanços recentes em um tema específico. 

Lewinsohn e Cagnolo foram convidados para comentar três artigos publicados entre fevereiro e março na Science, que apresentavam diferentes maneiras de investigar a organização de interações entre espécies em comunidades ecológicas. 

Lewinsohn, que é presidente da Associação Brasileira de Ciência Ecológica e Conservação (Abeco), coordenou em setembro de 2011 a São Paulo School on Ecological Networks - realizada no âmbito da Escola São Paulo de Ciência Avançada (ESPCA), modalidade de apoio da FAPESP -, que teve a participação de 12 pesquisadores de ponta e 40 alunos do Brasil e de 14 outros países. 

O artigo discute criticamente as diferentes abordagens utilizadas nos três estudos e examina a aplicabilidade desses trabalhos para avaliar a importância de espécies para a manutenção funcional de ecossistemas, além de destacar prioridades para pesquisa futura na área de redes ecológicas

De acordo com Lewinsohn, os três estudos usaram abordagens bem diferentes entre si. Um deles empregou modelagem matemática, com o uso de dados complexos de diferentes sistemas ecológicos. 

Outros dois foram estudos realizados em campo: um deles esmiuçou as interações entre os diversos componentes biológicos de um agroecossistema na Inglaterra e o outro utilizou como experimento natural uma série de morretes localizados no pampa ao sul de Buenos Aires, na Argentina, analisando como as características desses morretes estavam ligadas a mudanças na organização de redes ecológicas. 

"São estudos muito diversos. Analisamos a estratégia de cada um deles para tentar avaliar como justificar a importância estratégica de cada espécie para a organização daquelas comunidades. Em todos os casos, trata-se de observar um conjunto de espécies para detectar quais delas têm papel-chave na manutenção funcional da comunidade", disse Lewinsohn à Agência FAPESP. 

Diferentemente dos estudos que, com o objetivo de orientar as práticas de conservação, elegem uma determinada espécie por sua raridade ou vulnerabilidade, esses trabalhos procuram determinar quais espécies são a "pedra de toque" de toda a comunidade: isto é, caso sejam suprimidas, são capazes de "derrubar" a funcionalidade de todo o sistema ecológico. 

"A tendência que identificamos é a de utilizar novas ferramentas teóricas, aplicá-las para detectar a contribuição funcional de diferentes espécies e, a partir daí, aumentar a capacidade preditiva desses estudos. Detectar essas espécies-chave não é algo trivial. Para fazê-lo é preciso analisar a própria organização funcional e compreendê-la por meio de modelos e experimentos", afirmou Lewinsohn. 

O trabalho que descrevia um experimento com um agrossistema na Inglaterra, por exemplo, demonstrou que determinadas espécies de plantas tinham um papel crítico na estabilidade do sistema. 

"Quando aquelas espécies de plantas eram retiradas, o sistema todo era ‘derrubado’, com um efeito dominó que atingia parasitas e predadores. Assim, o que é fundamental não é a importância de cada espécie de planta em si, mas sua importância em relação a todas as espécies que estão relacionadas a ela", explicou Lewinsohn. 

SISTEMAS E COMPORTAMENTOSSegundo Lewinsohn, a área de redes ecológicas, que passou a crescer de forma acelerada há cerca de dez anos, envolve, no estudo sobre a organização e interações em comunidades ecológicas, a aplicação da teoria de redes completas, oriunda da matemática e da física. 

"Nossa análise indica que estamos chegando ao fim de uma primeira fase das pesquisas em redes ecológicas, que tem caráter exploratório. A tendência é que entremos em uma segunda fase que nos traz uma expectativa maior de que esses estudos nos permitam entender fenômenos muito importantes em ecologia, impulsionando nossa capacidade de fazer previsões", afirmou. 

A capacidade preditiva, segundo o professor do Instituto de Biologia da Unicamp, é especialmente crucial para os estudos ecológicos. 

"Queremos compreender como diferentes sistemas ecológicos se comportam diante das mudanças globais em curso no clima, na conversão do uso do solo ou na circulação de espécies invasoras exóticas. Ao mesmo tempo, queremos poder usar esse conhecimento para fazer previsões que permitam mitigar os efeitos dessas mudanças, preservando as propriedades funcionais dos ecossistemas e os serviços que eles nos prestam", disse Lewinsohn.

Fonte: Fábio de Castro, Agência Fapesp, Planeta Sustentável, 

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Negar aquecimento é “tolice,” diz cientista



Segundo ele, EUA estão perdendo credibilidade

Um dos mais conhecidos e respeitados cientistas do mundo disse à ABC News que a negação das realidades do aquecimento global causado pelo homem é “apenas uma tolice.” Além disso, ele afirma que o resto do mundo “já meio que desistiu” de esperar que os Estados Unidos assumam uma liderança na luta contra a mudança do clima.
Sua avaliação reforça a percepção comum na última conferência do clima da ONU na África do Sul: o vigoroso movimento contra a ciência do clima nos EUA causou dano significativo ao prestígio americano entre líderes europeus, que estão lutando para lidar com os impactos do clima.
Peter Raven, co-inventor em 1964 do conceito revolucionário da co-evolução, junto com o biólogo Paul R. Ehrlich, vem sendo há muito tempo um conselheiro respeitado de presidentes americanos, muitos outros chefes de estado, líderes religiosos e incontáveis personalidades dos mundos político e acadêmico em todo o mundo.
“O aquecimento não é mais uma questão de conjetura,” diz ele. “A mudança do clima é a ameaça  mais séria que a humanidade já enfrentou.Há um consenso virtualmente unânime entre os cientistas da área que os seres humanos são a principal razão. Isto porque, como notou pela primeira vez o químico sueco Arrhenius em 1895, quando se acrescenta dióxido de carbono ou outro gás estufa na atmosfera, ela se aquece.”
“Dois anos atrás,” disse Raven, “o mundo esperava uma liderança americana na questão, e desistiu. “Uma imensa campanha de desinformacão nos EUA sobre a solidez e a gravidade do aquecimento foi descrita em detalhes por uma série de livros, estudos e matérias jornalísticas. O livro mais importante talvez seja Os Mercadores da Dúvida:  Como um Punhado de Cientistas Obscureceu a Verdade em Questões do Tabaco ao Aquecimento Global, de Naomi Oreskes e Erik M. Conway, que detalha como interesses ideológicos e políticos e os interesses da indústria de combustível fóssil confundiram e intimidaram políticos e a mídia.
Fonte: Planeta Urgente, José Eduardo Mendonça
Foto: Marshall Space Flight Center / Creative Commons