Com objetivo de observar e identificar estruturas que compõem as células vegetais e conhecer mais sobre plantas aquáticas como a morfologia, fisiologia e formas de reprodução, os alunos do ensino médio, do Colégio Arquidiocesano, tiveram aula prática com os professores José Bezerra e Reinalda Alves sobre plantas aquáticas, foram usadas as espécies:
Nome científico: Pistia stratiotes
Sinonímia: Pistia crispata, Pistia minor
Nome popular: Alface-d'água
Família: Araceae
Nome científico: Egeria densa
Nome popular: Elódea
Família: Hydrocharitaceae (Hidrocaritáceas)
Nome científico: Lemna minor
Nome popular: lentilhas d’água,
Família: Lemnaceae
Roteiro da Aula Prática:
1- Retirar, com auxílio de pinça ou bisturi, uma folha da Elódea e lentilha.
2- Depositar o corte sobre uma lâmina de vidro.
3- Pingar uma gota de água sobre o corte.
4- Cobrir o material com a lamínula de vidro
5- Observar ao microscópio.
Por ser um vegetal terrestre adaptado ao ambiente aquático, a Elódea é considerada uma macrófita aquática. As macrófitas são muito importantes para o equilíbrio desses ambientes, pois além de produzirem oxigênio – que é liberado na água, servem de alimento para muitas espécies de peixes, aves e mamíferos. Além disso, funcionam como abrigo para pequenos vermes, como a planária e microrganismos planctônicos – micro-crustáceos e alguns tipos de moluscos.
A Elódea é uma angiosperma, pois apresenta flores no seu período reprodutivo que, depois de fecundadas, se tornam frutos. Entretanto, a principal forma de reprodução dela é por fragmentação do caule (que é muito frágil). Neste tipo de reprodução cada fragmento que sai do caule desenvolve-se originando uma nova planta, que é um clone, pois tem material genético idêntico àquela planta de origem. A reprodução da Elódea é muito rápida e fácil de acontecer, o que pode se tornar um problema em lagos e represas, devido ao entupimento de turbinas em hidrelétricas.
Microscopia: Ciclose
Observando folhas da Elódea em microscópio óptico é possível notar um processo interessante que ocorre no interior de suas células, a ciclose. Este fenômeno consiste em uma corrente citoplasmática, originada pelas interações entre actina e miosina (citoesqueleto), que possibilita ao conteúdo celular a realização de um movimento que permite melhor aproveitamento da luz pelos cloroplastos. Além disso, a ciclose proporciona melhor distribuição dos constituintes moleculares da célula (proteínas, íons, água, ácidos nucleicos, etc).
No microscópio não é possível ver a migração das proteínas e íons porque suas dimensões são muito reduzidas, mas é possível observar a movimentação de organelas grandes sem a necessidade de usar corantes artificiais.
A organela visível são os cloroplastos, que podem ser observados em movimento nas periferias da membrana plasmática e parede celular. Com a incidência de luz na célula os cloroplastos iniciam o movimento.Por estarem enclausurados pela membrana plasmática e parede celular, os cloroplastos ficam em movimento circular interminável.
Os cloroplastos são organelas vegetais onde acontece a conversão da energia do sol, juntamente com elementos inorgânicos (água e gás carbônico), resultando em moléculas orgânicas ricas em energia (carboidratos), é por meio deste procedimento que as plantas fabricam seu próprio alimento.
Além disso, é por causa desse processo que, há alguns milhões de anos, foi possível a implantação e o estabelecimento da vida animal no planeta Terra, pois por meio dele acontece a produção de oxigênio.
Estruturas características da célula vegetal: vacúolo, plastos e substâncias esgásticas. Evidentemente, estão presentes nas células vegetais muitas organelas também encontradas nas células animais, como mitocôndrias, dictiossomos (pilhas de membranas lisas, que constituem o Aparelho de Golgi), núcleo, micortúbulos, ribossomos, etc.
Organelas que possuem um envelope, formado por duas membranas unitárias contendo internamente uma matriz ou estroma, onde se situa um sistema de membranas saculiformes achatadas, os tilacóides. O plastídio contém DNA e ribossomos. São divididos em três grandes grupos: cloroplasto, cromoplasto e leucoplasto. Originam-se de estruturas muito pequenas, os proplastídios (que normalmente já ocorrem na oosfera, no saco embrionário e nos sistemas meristemáticos).
Quando os proplastídios se desenvolvem na ausência de luz, apresentam um sistema especial, derivado da membrana interna, originando tubos que se fundem e formam o corpo prolamelar. Esses plastos são chamados estioplastos.
Possuem seu próprio DNA e seu genoma codifica algumas proteínas específicas dessas organelas; contêm clorofila e estão associados à fase luminosa da fotossíntese, sendo mais diferenciados nas folhas. Seu sistema de tilacóides é formado por pilhas de tilacóides em forma de discos, chamado de granos; é nesse sistema que se encontra a clorofila.
Na matriz ocorrem as reações de fixação de gás carbônico para a produção de carbohidratos, além de aminoácidos, ácidos graxos e orgânicos. Pode haver formação de amido e lipídios, estes últimos em forma de glóbulos (plastoglóbulos).
Portam pigmentos carotenóides (amarelos, vermelhos,alaranjados, etc); são encontrados em estruturas coloridas, como pétalas, frutos e algumas raízes. Surgem a partir dos cloroplastos.
Sem pigmentos; podem armazenar várias substâncias: -amiloplastos: armazenam amido. Ex.: em tubérculos de batatinha inglesa (Solanum tuberosum). -proteinoplastos: armazenam proteínas. -elaioplastos: armazenam lipídios. Ex.: abacate (Persea americana).
Produtos do metabolismo celular. Podem ser material de reserva ou produtos descartados pelo metabolismo da célula. Encontradas na parede celular e nos vacúolos, além de outros componentes protoplasmáticos.
As mais conhecidas são: amido, celulose, corpos de proteína, lipídios, cristais de oxalato de cálcio (drusas, ráfides, etc.), cristais de carbonato de cálcio (cistólitos) e de sílica (estruturas retangulares, cônicas, etc.).
Fonte (Texto): enemvirtual.com.br, www.unisanta.br.