sábado, 17 de março de 2012

Prática - 03, parte 2, Observação Microscópica de Microcrustáceo: Artêmia salina

Os Alunos do ensino médio orientados pelos professores José Bezerra e Reinalda Alves, durante a prática observaram a eclosão e formação de larvas (Náuplios) de artêmia salina representante do zooplâncton. O zooplâncton assim como o fitoplâncton, constituem a base da cadeia alimentar nos mares e são importantíssimos para a manutenção dos vários níveis tróficos marinhos.  

POSIÇÃO SISTEMÁTICA 
Segundo Sorgeloos et al. (1986), a Artemia sp. possui a seguinte posição 
sistemática: 
           Reino: Animalia 
                Filo: Arthropoda  
                    Classe: Crustacea  
                         Subclasse: Branchiopoda  
                              Ordem: Anostraca  
                                   Família: Artemiidae  
                                       Gênero: Artemia, Leach 1819 

Artemia sp 
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA 
Segundo Câmara (1996), as populações de artêmia são encontradas 
em todos os continentes exceto na Antártica, podendo habitar salinas, 
lagos salgados interiores e costeiros. No continente americano, a Artemia
sp. ocorre em todo o litoral, em especial na costa do Peru (Vinatea, 
1994). 
Contudo, Arana (1999) constata que 90 % dos cistos que se 
encontram disponíveis no mercado internacional são oriundos do “Great 
Salt Lake” (Utah, EUA) como resultado da atividade do extrativismo. 
No Brasil, a biomassa de artêmia pode ser encontrada em salinas do 
Estado do Rio Grande do Norte, localizadas nos estuários dos municípios 
de Apodi, Mossoró, Piranhas, Assu,  Galinhos, Guamaré e seus entornos 
(Câmara, 2004).


MORFOLOGIA EXTERNA 
Morfologia dos cistos 
De acordo com Van Stappen (1996), a morfologia dos cistos de 
Artemia sp. pode ser descrita da seguinte forma: 
A casca dos cistos é formada  por 03 estruturas: o córion, a 
membrana cuticular externa e a membrana cuticular embrionária. O 
córion é uma capa dura formada por lipoproteínas e tem como função 
principal proporcionar proteção adequada aos embriões contra rupturas 
mecânicas e radiação ultravioleta dos  raios solares. As lipoproteínas são 
impregnadas de quitina e hematina (produto da decomposição da 
hemoglobina). A concentração de hematina é o fator que determina a cor 
da casca, variando de marrom pálido a marrom escuro.  
A membrana cuticular externa protege o embrião da penetração de 
moléculas maiores que a molécula de CO2 e tem a função de filtro, 
atuando na permeabilidade.  
A cutícula embrionária é uma capa transparente e altamente 
elástica que se transforma em membrana de eclosão durante o processo 
de incubação. 


Morfologia dos estágios larvais 
Van Stappen (1996) afirma que no primeiro estágio larval, a 
Artemia sp. apresenta  400 a 500 µm de comprimento, tem uma cor 
marrom-laranja (por acumulação de reservas vitelínicas), um olho 
vermelho naupliar na região da cabeça e três pares de apêndices: 
primeiro par de antenas (função sensorial), segundo par de antenas 
(função locomotora e filtradora) e as mandíbulas (função de absorção dos 
alimentos). No estágio I, a larva não se alimenta, pois seu trato digestivo 
ainda não é funcional, permanecendo com a boca e o ânus fechados, 
nutrindo-se apenas da reserva vitelínica. 
Segundo o mesmo autor, no estágio  II, as larvas filtram pequenas 
partículas de 1 a 50 µm de alimentos (bactérias e detritos). Esta filtração 
é realizada pelo segundo par de antenas e a ingestão ocorre no trato 
digestivo funcional. 
A larva cresce e se diferencia  por cerca de 15 mudas. Pares de 
apêndices lobulares aparecem na região torácica, os quais irão se 
diferenciar em toracópodos. A partir do estágio X, importantes mudanças 
morfológicas e funcionais ocorrem. Por exemplo, as antenas perdem a 
função locomotora e se transformam em elementos de diferenciação 
sexual (Van Stappen, 1996).


Morfologia dos indivíduos adultos 
Os adultos de  Artemia sp. apresentam comprimento de ± 1 cm,
corpo alongado, segmentado e dividido em cabeça, tórax e abdome. O
trato digestivo das artêmias é linear e existem onze pares de toracópodos
na região torácica, os quais são responsáveis pela alimentação, respiração
e natação (Van Stappen, 1996).
A cabeça é formada por dois segmentos fusionados, os quais
suportam dois olhos pedunculados,  um olho náuplio, as antênulas e
antenas. Nos indivíduos masculinos, estas antenas se diferenciam em um
órgão (clásper) utilizado no processo copulativo para prender-se às
artêmias fêmeas. Nos indivíduos machos o pênis é situado na parte
posterior da região do abdome (Sorgeloos et al., 1986).
As artêmias fêmeas podem ser facilmente reconhecidas pela
presença da bolsa incubadora (útero externo) situada atrás do 11º par de
toracópodos. Os óvulos se desenvolvem em dois ovários tubulares no
abdome e, quando amadurecem, tornam-se esféricos e migram através
de duas tubas uterinas para o útero (Van Stappen, 1996).
Segundo Vinatea (1994), a artêmia é um crustáceo pelo fato de ser
um mandibulado aquático, é um braquiópode por possuir brânquias nos
toracópodos e é um anostráceo por não possuir carapaça, o que não quer
dizer que não possua exoesqueleto.


REPRODUÇÃO 
Segundo Gomes (1986), as artêmias podem reproduzir 
sexuadamente ou partenogeneticamente. Nesta última, as fêmeas 
sozinhas conseguem gerar descendência sem a presença dos machos.  
Na reprodução sexuada, de acordo com Igarashi (2008), existem 
dois modos reprodutivos: oviparidade  e ovoviviparidade. Na oviparidade 
as fêmeas produzem cistos, liberando-os no ambiente geralmente quando 
as condições ambientais são desfavoráveis, ou seja, quando há baixo teor 
de oxigênio dissolvido, escassez de alimento e alta salinidade. No caso da 
ovoviviparidade, as fêmeas liberam náuplios (primeiro estágio larval) no 
ambiente e ocorre quando as condições ambientais são favoráveis, ou 
seja, quando há salinidade moderada, alto teor de oxigênio dissolvido e 
abundância de alimento. 
As artêmias adultas podem alcançar a maturidade sexual em duas 
semanas, quando a temperatura ambiental supera os 25°C, ou em 01 ou 
02 meses, quando as temperaturas são baixas, sendo que, a cada 04 a 05 
dias podem produzir mais de 100 ou 300 descendentes (Arana, 1999). 
Pesquisadores procuraram identificar complexos de genes ligados à 
determinação das características reprodutivas de  Artemia sp. e 
constataram a existência de fêmeas de linhagens bissexuais e
partenogenéticas reproduzindo por ovoviviparidade na fase inicial e,
posteriormente, por oviparidade. Registraram também que a inversão na
forma de reprodução independe  de fatores ambientais e que o
encistamento está sob controle genético (Câmara, 2004).


CICLO DE VIDA 
Segundo Van Stappen (1996), o ciclo da  Artemia sp. começa 
quando, no seu ambiente natural, em determinadas épocas do ano, as 
artêmias produzem cistos que flutuam na superfície da água e que são 
transportados pela ação do vento e das ondas. Estes cistos são 
metabolicamente inativos (estado de diapausa) e não se desenvolvem 
enquanto forem mantidos secos, podendo permanecer desta forma por 
cinco anos ou mais. Após a imersão em água salgada, os cistos 
bicôncavos hidratam, tornando-se esféricos e retomando seu metabolismo 
interrompido. Depois de aproximadamente 20 h, a membrana externa do 
cisto estoura e o embrião aparece  e, enquanto o embrião é mantido 
debaixo da capa vazia (estágio de sombrinha), o desenvolvimento do 
náuplio é completado. Em um curto intervalo de tempo, a membrana de 
eclosão finalmente é rompida e o náuplio (primeiro estágio larval) nasce. 
O tempo de desenvolvimento de náuplio até a fase adulta é de oito dias 
(Van Stappen, 1996). 
Em contrapartida, Vinatea (1994)  afirma que o ciclo de vida da 
Artemia sp. dura aproximadamente quatorze dias, sendo que, após a fase 
de náuplio, seguem-se as fases de metanáuplio I e II, III e IV, juvenil e 
adulto. 
 Já Igarashi (2008), afirma que o ciclo de vida da Artemia sp. podese distinguir 04 estágios morfológicos de desenvolvimento: náuplio, metanauplio, pré-adulto e adulto. 


FISIOLOGIA 
A Artemia sp. é considerada uma espécie extremamente eurialina, 
tolerando variações de salinidade  entre 3 e 300‰ (Treece, 2000). Van 
Stappen (1996) afirma que as artêmias possuem um eficiente sistema de 
osmorregulação conhecido no reino animal, capacidade de sintetizar 
pigmentos respiratórios de maneira  eficiente, com baixos níveis de 
oxigênio dissolvido em altas salinidades, além de produzirem cistos em 
diapausa quando as condições ambientais comprometem a sobrevivência 
da espécie. Neste tipo de ambiente, as artêmias crescem e se reproduzem 
com um número reduzido de predadores, competidores e parasitas. 


 FILTRAÇÃO
Barlow & Sleigh (1980) afirmam que as larvas de Artemia sp. usam
as antenas e mandíbulas para realizar a filtração, enquanto que os
indivíduos adultos usam a cavidade alimentar e a boca.
Reeve (1963) afirma que as artêmias absorvem bactérias,
microalgas e partículas orgânicas e inorgânicas com tamanho até 50 μm.
A absorção é realizada através de um processo de filtração contínuo. As
artêmias regulam a taxa de alimentação de acordo com a concentração no
meio, mantendo uma taxa de filtração máxima enquanto a taxa de
ingestão aumenta. Em animais idosos, a taxa máxima de ingestão ocorre
em concentrações celulares mais baixas do que em animais jovens.


IMPORTÂNCIA ECONÔMICA
Com o crescimento exponencial da aqüicultura, devido 
principalmente ao aumento da  demanda por alimento e a alta 
lucratividade de alguns setores aquícolas, o consumo mundial de artêmia 
aumentou consideravelmente, ocasionando um aumento no preço do 
insumo que passou de US$ 10/Kg, no início dos anos 50, para 100 US$, 
em 2001 (Freitas, 2002). Para o aquicultor produzir seu cultivo e obter 
retornos financeiros, suas exigências são que as cepas apresentem uma 
boa esfericidade, sem deformidades na casca e manuseadas 
corretamente.


UTILIZAÇÃO DA Artemia sp. 
Alimentação humana
Os pesquisadores, preocupados com o declínio de alimento e a
escassez de proteína para os humanos, afirmam que, em um futuro
próximo as artêmias poderão ser utilizadas em forma de biomassa para
melhorar a dieta dos povos latino-americanos e do terceiro mundo.
 Historicamente surgem evidências que estes crustáceos já
foram parte integrante na alimentação de nativos da Líbia na África e
tribos de índios (Asem, 2008) na Califórnia. Verificou-se também que no
Vietnã as pessoas que cultivam artêmia incorporaram a biomassa deste
crustáceo em sua dieta habitual. Várias receitas orientais utilizando
biomassa de  Artemia como ingrediente tem sido bem recebidas na
Tailândia (Mot, 1984).


Alimentação para organismos aquáticos 
A Artemia é geralmente utilizado para a alimentação dos estágios de 
larva e pós-larva de camarões peneídeos. Náuplios recém-eclodidos são 
oferecidos  no  início  da  fase  de  mísis.  Alguns  autores  recomendam  a 
alimentação de artêmia durante a segunda fase de zoea (Van Stappen, 
1996).


A variabilidade do valor nutricional dos náuplios de  Artemia sp. 
como fonte de alimento para larvas de peixes marinhos tem sido
documentada. A aplicação de HUFA (“Highly Unsaturated Fatty Acid”) na
dieta de  Artemia teve um efeito significativo na larvicultura de peixes
marinhos, resultando no aumento da sobrevida e redução da variabilidade
na produção piscícola (Van Stappen, 1996).


As artêmias adultas vivas e congeladas são utilizadas como alimento 
para espécies de peixes de aquário (Figura 1). Cistos também são 
adquiridos e incubados para alimentação sob a forma de náuplios. Níveis 
de sobrevivência, vigor e pigmentação foram relatadas significativamente 
em várias espécies de peixes tropicais quando os níveis de HUFA 
aumentaram (Van Stappen, 1996). Tais organismos, por serem fornecidos 
vivos e agüentarem cerca de 24 horas com vida dentro do aquário, 
reduzem o risco de poluição da água e estimulam o lado predador dos 
peixes, que perseguem e caçam os seus alimentos. 


Observam-se também grandes variações no rendimento (taxa de
eclosão) dos náuplios em cistos obtidos em diferentes produtores.
Algumas linhagens deste crustáceo nos garantem melhor crescimento e
rendimento às larvas de camarões  e peixes. Talvez a falta de ácidos
graxos de cadeia longa ou até mesmo as condições ambientais do local e
época de produção dos cistos. A Figura 2 mostra um meio de cultivo
propício para o desenvolvimento de Artemia sp.


AQUICULTURA 
Através de técnicas de aqüicultura é possível produzir cistos e
biomassa de Artemia sp. sob condições controladas.
Existe o cultivo extensivo – principalmente em salinas com uma
segunda fonte de renda cuja densidade fica em torno de 100
artêmias/litro. Neste sistema as microalgas são a principal fonte de
alimento e a adubação da água pode ser feita com fertilizantes orgânicos
ou minerais.


O cultivo intensivo pode ser através do sistema “batch” ou circuito 
fechado (sem renovação de água) e o sistema “flow-through” ou circuito 
aberto (com renovação de água). 


Nestes sistemas a alimentação pode ser
natural (microalgas cultivadas) ou  inerte (farinhas de subprodutos
agrícolas). A densidade praticada pode ser em torno de 10.000
artêmias/litro.


As principais vantagens da produção controlada de Artemia sp. em
tanques ou "raceways" é que podem  ser realizadas a densidades muito
altas (milhares de artêmias por litro, em comparação a algumas centenas
de indivíduos por litro no sistema extensivo), independentemente das
condições meteorológicas locais (estações seca ou chuvosa) ou da
disponibilidade "in situ" da água do  mar natural, pois utilizam água do
mar artificial em sistemas de recirculação (Sorgeloos et al., 1986).


CONCLUSÃO
De acordo com o presente trabalho, pode-se concluir que: 
A  Artemia sp. é um organismo de fundamental importância na
biologia, por apresentar características peculiares que facilitam o seu
estudo e a sua identificação, além de ser uma possível fonte de alimento
para o homem no futuro.
A importância desse estudo não se restringe apenas ao
conhecimento da biologia e utilização da Artemia  sp., mas possui o seu
lado prático e fundamental de promover pesquisas no Brasil com a
finalidade de obter maior conhecimento sobre esse organismo na
comunidade acadêmica e para o produtor rural.











REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
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Fonte (Texto): Considerações sobre biologia e utilização de Artemia sp. (CRUSTACEA: BRANCHIOPODA: ANOSTRACA)
http://www.veterinaria.org/revistas/redvet/n121211/1211104.pdf 
REDVET: 2011, Vol. 12 Nº 12 
Recibido 26.01.2011 /  Ref. prov. FEB1110_REDVET / Revisado 24.06.2011 
Aceptado 27.10.2011 / Ref. def. 121104_REDVET / Publicado: 01.11.2011 
Este artículo está disponible en http://www.veterinaria.org/revistas/redvet/n121211.html concretamente en 
http://www.veterinaria.org/revistas/redvet/n121211/1211104.pdf
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