quarta-feira, 30 de maio de 2012

Sustentabilidade: Qual tipo de lâmpada é mais econômico?

É o tipo LED, sigla em inglês para diodo emissor de luz - um sistema composto de elementos semicondutores capazes de produzir corrente elétrica quando energizados.




No ato da compra, ele é mais caro que os modelos incandescentes e fluorescentes. Mas, como tem uma durabilidade superior e melhor aproveitamento da potência, gera mais economia na conta mensal de luz ao longo dos anos. O calcanhar de Aquiles da LED é que ela precisa de um dissipador de calor, que ainda é caro de ser produzido. Mas a previsão é que ela se torne bem mais acessível, em escala de produção e preço de venda, até 2015.Concorrentes da LED perdem muita energia em forma de calor. Veja o infografico comparativo entre os vários modelos de lâmpadas. 
Fonte: Luíza Andrade, Mundo Estranho 

terça-feira, 22 de maio de 2012

Prática - 06, parte 1, Célula Vegetal: Morfologia e fisiologia

A célula, como objetivo de estudo da citologia, pode ser estudada sob diversos aspectos: podemos conhecer sua forma e a de seus constituintes, a natureza química desses constituintes e seu modo de funcionamento. Ou seja, realizar investigações morfológicas, químicas, bioquímicas e fisiológicas, e a cada uma correspondem métodos de estudo particulares.
Com objetivo de observar e identificar estruturas que compõem as células vegetais os professores José Bezerra e Reinalda Alves trabalharam com os alunos do ensino médio microscopia, célula vegetal e aparelhagem de laboratório, com o objetivo de permitir ao aluno conhecer, familiarizar-se e manipular os principais equipamentos e vidrarias de uso corrente em laboratórios biológicos.


Durante a aula prática os alunos prepararam as lâminas utilizando a epiderme de cróton. A prática laboratorial é de fundamental importância no desenvolvimento de biologia no ensino médio.


Roteiro da Aula Prática:
1- Retirar, com auxílio de pinça ou bisturi, um corte da epiderme interna de cróton.
2- Depositar o corte sobre uma lâmina de vidro.
3- Gotejar uma gota de água sobre o corte.
4- Cobrir o material com a lamínula de vidro
5- Observar ao microscópio.

Epiderme de folha de Cróton
Vários processos ocorrentes na célula vegetal são semelhantes aos que ocorrem na célula animal. Porém, algumas características são peculiares à célula vegetal, principalmente referentes à parede celular, a qual envolve o protoplasto (conteúdo celular).


Citoplasma: constituído pelo hialoplasma, um material com moléculas proteicas; a porção externa, mais viscosa, é conhecida como ectoplasma e a interna, fluida, é o citossol. No citossol, é possível observar, muitas vezes, o movimento citoplasmático (ciclose); esse movimento sofre influência de luz e temperatura. O citoesqueleto é composto por fibras de proteínas finíssimas no hialoplasma.


Estruturas características da célula vegetal: parede celular, vacúolo grande na célula adulta (resultante da união de pequenos vacúolos), plastos e substâncias esgásticas. Evidentemente, estão presentes nas células vegetais muitas organelas também encontradas nas células animais, como mitocôndrias, dictiossomos (pilhas de membranas lisas, que constituem o Aparelho Golgiense), núcleo, microtúbulos, ribossomos, etc.

Epiderme de folha de Cróton com Parede Celular e Estômatos
1-Parede celular: restringe a distensão do protoplasto configurando, à célula adulta, tamanho e formas fixos; confere proteção aos componentes do protoplasto.


* Componentes:
A) CELULOSE (C6 H10 O5)n, constituída por moléculas lineares de glicose. A celulose é formada por microfibrilas, que se reúnem em feixes maiores (fibrilas). As microfibrilas são sintetizadas por enzimas que se encontram na membrana plasmática. A celulose está associada a outros polissacarídeos, principalmente hemiceluloses (xiloglicanos e xilanos) e compostos pécticos (galacturonanos).


B) SUBSTÂNCIAS DE ORIGEM ORGÂNICA:
a- natureza proteíca: várias.
b- natureza lipídica: cutina, suberina, lignina - esta última confere maior rigidez à parede e sua presença comprova a existência de parede secundária; sua formação pode ocorrer dentro dos dictiossomos, um sistema de membranas que forma o Complexo de Golgi.


Formação:
As primeiras camadas de microfibrilas a se formarem constituem a parede primária. Essas microfibrilas apresentam uma disposição intercarlar. Em muitas células, camadas adicionais são depositadas internamente à parede primária, formando a parede secundária; essas camadas são denominadas S1, S2 e S3, respectivamente, sendo que a última pode estar ausente. 



Na parede secundária, o arranjo das microfibrilas se dá de diversas maneiras diferentes. Lamela média é a linha de união entre as paredes primárias de duas células contíguas e possui natureza péctica. 


A formação da parede celular ocorre no final da telófase, com o surgimento da placa celular, que dará origem à lamela média e parte da membrana plasmática das duas células-filhas, por ela separadas; durante a formação da parede primária e da lamela média, elementos do retículo endoplasmático ficam retidos entre as vesículas em formação, originando os plasmodesmos, continuidades protoplasmáticas entre uma célula e outra, que geralmente se localizam em pequenas depressões denominadas campos de pontoação primários, originados por uma menor deposição de microfibrilas de celulose. 


Posteriormente, durante a formação da parede secundária, não há deposição de material sobre essas áreas, originando diversos tipos de pontoações.


Pontoações - As pontoações mais comuns são:
a-) Pontoação simples: interrupção na parede primária, com formação de uma cavidade de pontoação (espaço onde a parede primária não é recoberta pela secundária). Quando as pontoações simples de duas células contíguas se encontram, temos uma membrana de pontoação, formada pelas paredes primárias de ambas as células, mais a lamela média entre elas.


Parede Celular e Estômatos
b-) Pontoação areolada: saliência de contorno e abertura central circulares (em vista frontal, forma uma aréola). Trata-se de uma interrupção da parede secundária. Quando a parede secundária e a primária estão bem separadas, delimita-se uma câmara de pontoação. Além disso, quando a parede secundária se espessa, percebe-se a formação de um canal de pontoação, entre a abertura interna e a externa da pontoação areolada. Esse tipo de pontoação é encontrado em células do xilema, isto é, nos elementos de vaso e traqueídes. 


Nas traqueídes das coníferas ocorre, na pontoação areolada, um espessamento especial denominado toro, que  pode funcionar como uma válvula, fechando quando a pressão num lado é superior à pressão no outro  e impedir rompimento da região, em caso de vergamento.


Uma mesma célula pode apresentar mais de um tipo de pontoação. Por exemplo, um elemento de vaso que esteja contíguo a outro elemento de vaso, apresenta um par de pontoações areoladas; no entanto, se ele estiver contíguo a uma célula de parênquima, apresentará um par de pontoações semi-areoladas.

Estômato com células-guarda permitindo a abertura do ostíolo
2- Conteúdo celular - principais organelas
2.1- Vacúolo: Delimitado por uma membrana denominada tonoplasto. Contém água, açúcares, proteínas; pode-se encontrar ainda compostos fenólicos, pigmentos como betalaínas, antocianinas cristais de oxalato de cálcio (drusas, estilóides, cristais prismáticos, rafídios, etc.). Muitas das substâncias estão dissolvidas, constituindo o suco celular, cujo PH é geralmente ácido, pela atividade de uma bomba de próton no tonoplasto. Em células especializadas pode ocorrer um único vacúolo, originado a partir da união de pequenos vacúolos de uma antiga célula meristemática (célula-tronco); em células parenquimáticas o vacúolo chega a ocupar 90% do espaço celular.


* Funções: Ativo em processos metabólicos, como:
- armazenamento de substâncias     (vacúolos pequenos - acúmulo de proteínas, íons e outros metabólitos). Um exemplo são os microvacúolos do endosperma da semente de mamona (Ricinus communis), que contêm grãos de aleurona.
- processo lisossômico (através de enzimas digestivas, existentes principalmente nos vacúolos centrais e bem desenvolvidos, cujo tonoplasto sofre invaginações para englobar material citoplasmático contendo organelas (a autofagia ocorre em células jovens ou durante a senescência).
Se originam  a partir do sistema de membranas do complexo golgiense. Seu tamanho aumenta à medida que o tonoplasto incorpora vesículas derivadas do complexo de Golgi.


2.2- Plastos: Organelas formadas por um envelope de duas membranas unitárias contendo internamente uma matriz ou estroma, onde se situa um sistema de membranas saculiformes achatadas, os tilacóides. Originam-se dos plastídios e contêm DNA e ribossomos. São divididos em três grandes grupos: cloroplasto, cromoplasto e leucoplasto; estes, por sua vez, originam-se de estruturas muito pequenas, os proplastídios (que normalmente já ocorrem na oosfera, no saco embrionário e nos sistemas meristemáticos). Quando os proplastídios se desenvolvem na ausência de luz, apresentam um sistema especial, derivado da membrana interna, originando tubos que se fundem e formam o corpo prolamelar. Esses plastos são chamados estioplastos.


* Cloroplastos: Seu genoma codifica algumas proteínas específicas dessas organelas; contêm clorofila e estão associados à fase luminosa da fotossíntese, sendo mais diferenciados nas folhas. Seu sistema de tilacóides é formado por pilhas de membranas em forma de discos, chamado de granos; é nesse sistema que se encontra a clorofila. Na matriz ocorrem as reações de fixação de gás carbônico para a produção de carbohidratos, além de aminoácidos, ácidos graxos e orgânicos. Pode haver formação de amido e lipídios, estes últimos em forma de glóbulos (plastoglóbulos).
* Cromoplastos: Portam pigmentos carotenóides (geralmente amarelos, alaranjados ou avermelhados); são encontrados em estruturas coloridas como pétalas, frutos e algumas raízes. Surgem a partir dos cloroplastos.
* Leucoplastos: Sem pigmentos; podem armazenar várias substâncias:
-amiloplastos: armazenam amido. Ex.: em tubérculos de batatinha inglesa (Solanum tuberosum).
-proteinoplastos: armazenam proteínas.
-elaioplastos: armazenam lipídios. Ex.: abacate (Persea americana).


3- Conteúdo celular -  organelas em comum com células animais
3.1. Núcleo. Importante organela existente nas células eucariontes, constitui-se de duas membranas com um espaço entre si e contendo poros. Possui dua funções básicas: regular as reações químicas  que ocorrem dentro da célula, e armazenar as informações genéticas da célula. Em seu interior distinguem-se o nucléolo e a cromatina. Durante a divisão celular, a cromatina se condensa em estruturas com formas de bastão, os cromossomos.
3.2. Sistema Golgiense (complexo de Golgi): é constituído de várias unidades menores, os dictiossomos. Cada dictiossomo é composto por uma pilha de cinco ou mais sacos achatados, de dupla membrana  lipoprotéica. Nas bordas dos sacos podem ser observadas vesículas em processo de brotamento. Está relacionado aos processos de secreção, incluindo a secreção da primeira parede que separa duas células vegetais em divisão.
3.3. Ribossomos: estruturas constituídas de RNA e proteínas; podem estar livres no hialoplasma ou presos entre si por uma fita de RNA (polissomos) e, nesse caso, juntam os aminoácidos do citoplasma para formar cadeias de proteínas.
3.4. Retículo endoplasmático: constituído de um sistema de duplas membranas lipoproteícas. O retículo endoplasmático liso, é constituído por duas membranas e o retículo endoplasmático rugoso  possui ribossomos aderidos do lado externo aderidos ao lado externo. O retículo liso facilita reações enzimáticas, já que as enzimas se aderem à sua membrana, sintetiza lipidios (triglicerídeos, fosfolipideos e esteróides), regula a pressão osmótica (armazenando substâncias em sua cavidade), atua no transporte de substâncias (comunicando-se com a carioteca e com a membrana celular). o retículo rugoso além de desempenhar todas as funções do retículo liso ele ainda sintetiza proteínas, devido a presença de ribossomos.


3.5. Mitocôndrias: Organelas constituídas de duas membranas; a interna sofre invaginações, formando cristas mitocondriais  que aumentam a superfície de absorção de substâncias existentes na matriz mitocondrial. O papel da mitocôndria é a liberação de energia  para o trabalho celular.
3.6- Peroxisomos: estruturas com mebrana 2-lipídica - contêm enzimas que auxliam no metabolismo lipídico; participa do processo de fotorespiração, efetuando a oxidação do glicerato em glicolato, que é transaminado em glicina..


4. Substâncias ergásticas
Produtos do metabolismo celular. Podem ser material de reserva ou produtos descartados pelo metabolismo da célula. Encontradas na parede celular e nos vacúolos, além de outros componentes protoplasmáticos. As mais conhecidas são: amido, celulose, corpos de proteína, lipídios, cristais de oxalato de cálcio (drusas, ráfides, etc.), cristais de carbonato de cálcio (cistólitos) e de sílica (estruturas retangulares, cônicas, etc.). 
 Também são esgásticas as substâncias fenólicas, resinas, gomas, borracha e alcalóides. Muitas vezes as células que contêm essas substâncias são diferentes morfo e fisiologicamente das demais, sendo denominadas idioblastos.

Fonte: Texto de Mara Magenta (modificado pelo professor José Bezerra).



sexta-feira, 11 de maio de 2012

Prática - 05, parte 3, Tenébrio molitor: morfologia, identificação científica,o ciclo reprodutivo, a criação em cativeiro, a alimentação, as instalações e manejo

O Tenebrio molitor caracteriza-se pela sua espantosa reprodução de algo entre 500 a 1000 larvas por desova de cada coleóptero. É exigente de calor e atinge sua máxima produtividade em torno dos 26 a 32 Graus Celsius. Não voa, preferindo sempre ambientes secos e escuros. Desprovidos de qualquer tipo de odor ou ferrão, não picam ou secretam qualquer tipo de líquido ou substâncias desagradáveis e prejudiciais ao homem,  não constando em sua ficha que seja transmissor de qualquer tipo de doença, podendo no máximo, os besouros adultos, servir de  hospedeiros intermediários para algumas espécies de parasitas. De todos os alimentos vivos que se empregam na alimentação dos pássaros, as larvas do Tenebrio molitor   se constituem na mais prática, econômica e nutritiva fonte de alimento em especial aos répteis, por tratar-se de fonte rica em proteína animal, carboidrato, matéria fosfatada e fibras digestíveis.


MORFOLOGIA
          O Coleóptero Tenebrio molitor (besouro)  adulto macho mede de 10 a 15mm sendo que as fêmeas são um pouco maiores situando-se entre 10 e 18mm.








CICLO DE VIDA
O ciclo de vida completo do Tenebrio molitor compreende quatro fases distintas que são: ovo – larva – pupa – imago, completando todo o ciclo em aproximadamente quatro a cinco meses de duração, podendo ainda se estender até doze meses dependendo das condições climáticas, em especial a temperatura do ambiente. Cada fêmea do besouro bota de 500 a 1000 ovos no ambiente aonde eles infestam denominado de terrário que eclodem entre 10 a 15 dias, tornando-se visíveis a olho nu apenas pelo movimento que transmitem ao substrato no centro da desova. À medida que crescem efetuarão de 5 a 7 mudas de pele, por ser esta quitinosa e não acompanhar o crescimento larval. É comum observarmos a presença das peles sobre o local da desova, pois nesta fase as larvas mantêm-se agrupadas, separando-se mais tarde com o crescimento que durará aproximadamente 60 dias, quando atingirão o seu tamanho máximo cerca de 18 a 24mm para em seguida puparem. Logo após as mudas as larvas são de coloração branca e muito mole constituindo-se em excelente alimento.





CRIAÇÃO RACIONAL DOMÉSTICA
TENÉBRIO MOLITOR
TERRÁRIO
Caixas
Para se iniciar uma criação doméstica de Tenébrios recomendamos a construção de no mínimo duas caixas de madeira com as seguintes dimensões:
(40x40x20) cm  dotadas de tampa constituída por um pedaço de tela metálica de malha de (2x2) mm com dimensões de (50x50) cm que será colocada por cima da caixa de forma que ultrapasse todo o seu perímetro de 5cm que será dobrada ao longo de toda a sua volta redobrando lateralmente nos cantos. Esta tampa alem de evitar a decomposição e contaminação do substrato por fungos permite maior aeração, evita as fugas de besouros bem como os freqüentes esmagamentos de larvas e besouros das tampas em corrediças, dispensando ainda despesas com fechos, dobradiças etc. Deverão receber internamente revestimento em chapa fina de alumínio fixada mediante ação de pistola de grampear com a finalidade de proteger a madeira da ação dos besouros e larvas. Este procedimento é dispensado nas caixas plásticas. Pode ainda ser utilizado para substituir as caixas em madeira, gavetas plásticas transparentes destas que compõem as geladeiras domésticas ou ainda caixas plásticas em PVC de tamanhos variados encontradas facilmente no mercado. As tampas para as caixas plásticas deverão ser confeccionadas a exemplo das de madeira tendo o cuidado de efetuar cortes na tela para obter-se um dobramento anatômico e eficiente.


Substrato
Deverá ser composto basicamente de cereais e derivados ricos em carboidratos. Deve-se dedicar especial atenção à decomposição de seus componentes quanto à presença de fungos, bactérias e parasitos nocivos ao ambiente. Rações muito ricas em proteína e carboidrato são as mais indicadas, no entanto contra indicamos pela sua rápida perecividade por fermentação e contaminação levando a caixa à ruína total, em especial no inverno.
Recomendamos para compor o substrato uma mistura de ração granulado para pássaro (sabiá, pássaro preto) peletizada  com no máximo 22% de proteína e alto teor de cálcio misturada a 20% do seu volume a farelo de trigo. O substrato deve ter uma espessura máxima de 15 cm e umidade compreendida entre 8 a10%.  Ração para frangos, cães e outros animais  não deve ser usada. O terrário não deve ficar em ambiente úmido  acima de 75% de umidade relativa e muito menos em locais que possibilitem o umedecimento do substrato pois isto provocaria uma fermentação e a conseqüente derrocada da caixa. As larvas e besouros possuem a capacidade de retirar umidade do ar no entanto, no verão, quando a temperatura sobe muito e a umidade relativa cai a níveis muito baixos precisamos fornecer suprimento de líquido mediante algumas fatias transversais de chuchu com 1 cm de grossura após lavarmos as fatias para remoção do leite, e seca-las ao sol por quatro horas; podemos fornecer ainda espigas de milho verde, e folhas de papel absorvente levemente umedecidos em água. Todos os fornecimentos de líquidos devem ser ministrados com moderação, evitando a contaminação acidental do substrato por líquidos. O ideal é manter o terrário em um quarto seco e em penumbra. Os tenébrios odeiam a incidência direta dos raios solares e possuem hábitos noturnos.


Formação da Colônia
Existem várias maneiras de se iniciar uma colônia de Tenébrios, mas gostaríamos de recomendar uma forma de obter um desenvolvimento rápido da colônia e saudável do substrato, já que se deteriora muito rapidamente se não for logo devorado pelos habitantes da caixa. A maneira mais eficiente de multiplicação de caixas é:  Estando o substrato pronto e em condições de receber os novos moradores, escolhemos uma caixa bastante produtiva do nosso terrário que irá fornecer os Tenébrios para a nova colônia e, buscando identificar todas as quatro fases de desenvolvimento do Tenébrio retiramos aproximadamente 1000 ml (um litro) do rico e saudável substrato contento o Tenébrio em todas as suas fases e transportamos para a nova caixa aonde depositamos o material dividido em duas porções distintas e em dois buracos efetuados no novo substrato.


Observamos nos dias que se seguem muita atividade na caixa, em especial a trituração do substrato pelas larvas, que é o sinal de que tudo esta ocorrendo bem. Após alguns dias observamos a presença de peles de larvas sobre o substrato, é que elas precisam crescer e a pele não cresce. Então farão cerca de 6 a 7 mudas de pele e elas não devem ser removidas pois ajudam na proteção e aquecimento. Nesta fase cobrimos 50% do substrato com toalhas de papel absorvente sobreposta uma sobre as outras em  quantidade máxima de 5 toalhas. Estas toalhas são  muito comuns nos sanitários públicos, e servirão de refúgio para as larvas que irão pupar e espontaneamente migram para o seu interior para cumprirem a METAMORFOSE.


À medida que o ciclo se desenvolve com a prostração ou hibernação das primeiras larvas da colônia fornecidas pela caixa “mãe”, surge no fundo da caixa por baixo do substrato uma camada de pó finíssimo composto por excremento de larvas e besouros,  ração triturada, alem de ovos de tenébrio, que se deslocam por ação mecânica das larvas (fricção) para o fundo da caixa. Neste estágio dizemos que a caixa está “PEGADA”.



Metamorfose
Todo o processo de transformação de  Larva – Pupa - Imago ocorre de forma rápida e abundante mediante temperatura ambiente entre  26° a 32° graus Celsius e umidade relativa do ar em torno de 75%.
Após a migração das larvas para a toalha de papel, observam-se alguns dias de prostração sem qualquer movimento e passam a apresentar coloração amarelada com aumento do seu diâmetro,  engrossam e entram na fase de pupa. Nesta fase a metamorfose se completa dando origem ao imago. A pupa não se move normalmente, mais quando tocada move-se principalmente para deslocar-se para a superfície. Dentro do pupal a larva vai lentamente transformando-se no corpo do  imago medindo aproximadamente 1,5 mm e é de um branco levemente esverdeado no início a um branco amarelado no fim. No final do processo a pupa se abre liberando o imago que tem coloração branca no início mudando para um bege e vermelho amarronzado. No fim, todo processo dura aproximadamente 2 dias. Os imagos são moles e marrons nas costas; Os besouros adultos são pretos e muito duros.


Após a cruza da fêmea mediante monta do macho, a fêmea efetua uma postura de 500 a 1000 ovos de coloração branca de forma ovalada, envoltos por uma substância pegajosa que permitem a aderência dos mesmos aos materiais do substrato e logo em seguida morre e é devorada por todos, restando apenas as asas e o escudo. A eclosão se verifica entre 10 a 15 dias, completando todo o ciclo reprodutivo.


Manejo e Reciclagem Da Caixa
Costumamos acrescentar após o primeiro ciclo, suplementos alimentares de manutenção, que são distribuídos cuidadosamente na caixa evitando remoções e revolvimento do substrato, bem como soterramento das pupas e, para tanto, suspendemos cuidadosamente as toalhas de papel absorvente para repormos de 2 a 3 cm de substrato novo nas mesmas proporções estabelecidas no início para formação da caixa.     


Após dois ciclos consecutivos (aproximadamente 8 meses) todo o substrato já foi devorado e transformando em uma camada de pó finíssimo composto por excremento de larvas e resíduo de besouros mortos.
A camada de pó residual constitui-se praticamente de 100% da caixa que não mais comporta suplementação alimentar por falta de espaço. Aí, verificamos a existência de besouros vivos e pupas.  Em caso afirmativo temos  a indicação da presença de milhares de ovos no pó, além de milhares de larvas minúsculas, bem como larvas de todos os tamanhos. Só nos resta agora proceder à reciclagem da caixa.
A reciclagem compreende o peneiramento da caixa, formação da caixa reciclada, separação das larvas destinadas a alimentação das fêmeas em cria e quarentena do resíduo do pó peneirado.


Peneiramento
O Peneiramento da caixa consiste no processamento de todo o seu conteúdo através de  2 (duas) peneiras, sendo a primeira com # 2 mm e a segunda com #1 mm. Todo o pó que passar pelas duas peneiras será separado em caixa plástica com tampa telada e ficará em repouso  por 60 dias, depositado em camada não superior a 6 cm sendo 5cm de pó e 1cm de farelo de trigo. Após 60 dias todo o pó será reprocessado na peneira com # 1 mm e retirado todas as larvas e micro larvas que irão para uma caixa plástica de tampa telada denominada Berçário. O pó residual será usado no jardim por ser um excelente adubo.


O material que ficar retido na peneira com # 2 mm , após catação com pinça de todos os besouros conjuntamente com as larvas médias, e grandes irão para a caixa original já provida de limpeza geral e novo substrato conforme anteriormente descrito para dar continuidade a novos Ciclos.
As larvas retidas na peneira com # 1 mm, conjuntamente com larvas pequenas retidas na peneira com # 2 mm  que ficaram presas na malha ou que espontaneamente não passaram por esta, são catadas com pinça ou varridas a pincel macio e, irão para uma caixa plástica de tampa telada denominada Creche.
Verificamos com o manejo que repomos a caixa principal ou Caixa Mãe somente com besouros, larvas grandes e médias e pupas se houverem  e surgirão duas novas caixas denominadas de: Caixa  Creche e Caixa Berçário que fornecerão as larvas para alimentação das fêmeas em cria.


Alimentação de Fêmeas em Cria
A caixa Berçário é uma caixa plástica tipo gaveta, destas que compõem as geladeiras domésticas vendidas no mercado como peça de reposição, eu as utilizo durante a estação de cria como berçário com as larvas retidas na peneira n° 1mm aonde recebem uma alimentação a base de: Farelo de trigo, farelo de aveia, Super  Toplife em pó, um pouco de Cálcio em pó e gema de ovo cozida peneirada e desidratada. Separo de véspera a quantidade de larvas a serem usadas em fêmeas com filhotes de 0 a 4 dias e deixo-as passarem a noite em vasilhame de vidro tipo Pirex contendo apenas uma toalha de papel absorvente umedecida em uma solução de VITA GOLD potenciado e água na proporção de 20 gotas para 50ml de água efetuando-se a completa hidratação das larvas que serão servidas aos filhotes recém nascidos. Ressalto ainda o uso de soro caseiro em substituição a água em casos especiais para hidratar filhotes de 0 a4 dias.


A caixa Creche é idêntica a caixa Berçário em todos os sentidos menos no tipo de larva que neste caso são as larvas retidas na peneira n° 1mm quando do primeiro processamento. Portanto possuem um maior porte que as larvas do berçário, o processo de alimentação e hidratação é o mesmo, diferindo apenas que irão para fêmeas com filhotes entre 4 e 30 dias de nascidos. Observe que à medida que os filhotes crescem as larvas também crescem. Se houver uma predominância de filhotes de 0 a 4 dias podemos submeter às larvas a baixas temperaturas para retardar o seu crescimento, refrigerando-as em temperatura entre 5° e 13° graus Celsius, sem problema.
As larvas são fornecidas sem restrição de quantidade em vasilhames do tipo banheira durante todo o período de cria.


Composição nutricional das Larvas de Tenébrio

Segundo a Dra. Nancy Nehring. 

Revista Reptiles Magazine (July 1996).
Nutritional Information
Mealworms consist of the following:

As larvas de tenébrio consistem no seguinte:
 Umidade ......................... 57%
Proteína ...........................24%
Carboidratos ..................2,8%
Fibra ...............................2,3%
Cálcio ............................. 0,02%
Indeterminados ............13,88% 
OBS: Precisamos acrescentar a alimentação dos tenébrios suplementos ricos em Cálcio.


Predadores
Dentre os predadores do Tenébrio Molitor mais significativos que atuam no Terrário encontramos a lagartixa (Réptil), a garrincha (Troglodytes músculos) pássaro , e formigas diversas, sendo que os dois primeiros não atacam as caixas, estão sempre em busca de alguma larva fujona, o que de certa forma constitui-se num trabalho benéfico dado ao poder destrutivo que as larvas exercem soltas dentro de uma residência. As formigas destroem qualquer Terrário, devem ser combatidas a qualquer custo sobre pena de perdermos toda a criação. Costuma-se untar com  Vaselina  Sólida, Graxa Lubrificante os pés das mesas e estantes que suportam as caixas evitando deste modo o ataque. Também é muito usado vasilhames com óleo sob os pés das mesas e estantes com muita eficiência.


Parasitas
Os parasitas que infestam as caixas de Tenébrios Molitor mais significativos pelo estrago que provocam são: aranhas (Aracnídeos) - atacam as larvas em várias fases de seu desenvolvimento, gorgulhos e carunchos - pequenos besouros de coloração avermelhada muito ágeis que atacam o substrato, mariposa - pequena medindo aproximadamente 8mm de comprimento e de cor bege esbranquiçada. 


Suas larvas ficam dento de longos tubos construídos com material do substrato por aglutinação de partículas mediante o lançamento de substância viscosa  secretada por sua larva. Transformam ao longo do tempo toda a caixa em uma imensa ramificação de casulos atacando em especial as larvas em todas as fases do seu desenvolvimento.


A sua larva é de cor branca, e à medida que se desloca emite uma substância viscosa que vai aglutinando tudo no seu caminho. A larva dentro de algum tempo empupa, transformando-se novamente em mariposa que voam quando abrimos a caixa contaminando todo o terrário .
Verifica-se ainda a presença de mofo no substrato por excesso de umidade no ambiente do terrário. Todo o substrato assume coloração esverdeada e somos obrigados a promover a reciclagem imediata de toda a caixa sobre pena de perde-la.


Prevenção

A maneira mais eficiente de combater os parasitas é a prevenção. Devemos submeter todo o substrato a temperatura de 90°C para esterilização, e só depois utiliza-lo. Caso ocorra a contaminação de uma caixa por qualquer um dos parasitas citados, devemos tomar as iniciativas de combate manual imediatamente. Quando das reciclagens periódicas efetuamos combate manual em todo o material submetido a peneiramento e efetuamos por medida de segurança a troca de todas as tolhas de papel absorvente.






Fonte: zoopets, Gilberto Ferreira Barbosa