domingo, 27 de fevereiro de 2011

Nanotecnologia:Tecnologia Invisível

Concreto que se regenera, plástico mais resistente que o diamante. O que parecia impossível começa a fazer sentido com a nanotecnologia. É o que conta o professor norte-americano George Elvin, especialista em tecnologias verdes.


Como funciona a nanotecnologia?
É a manipulação do material em escala molecular. O nome vem de nanômetro – a bilionésima parte de 1 m. Trabalhando nessa escala, os cientistas estão criando uma nova geração de materiais mais fortes, mais leves, mais flexíveis e mais eficientes.

Por exemplo, o sólido mais leve do mundo é o aerogel, um nanoisolante composto de 99,95% de ar. Já o diamante não é mais o material mais duro, e sim os nanotubos de carbono. Eles são usados em equipamentos de esporte, barcos e carros – produtos que exigem resistência e leveza. Também compõem a cadeira Myto, da Plank, o que viabilizou seu desenho com apenas duas pernas. 



Em que outros produtos ela aparece?
Em todo lugar: melhorando a absorção do protetor solar, protegendo a tinta de parede da umidade, tornando itens do carro mais leves e resistentes... Eletrônicos, medicamentos, produtos esportivos e até comidas estão sendo transformados pela nanotecnologia. Na casa, nanopartículas eliminam germes na cozinha e no banheiro, caso dos tampos antimicrobianos, que reduzem o crescimento de bacteria’s e vírus. Também protegem tecidos de manchas. 

Que benefícios teremos no futuro e em relação ao meio ambiente?
Quando você manipula os materiais em escala molecular, consegue propriedades incríveis. Há paredes e janelas capazes de “mastigar” a poluição: eles convertem os poluentes em elementos benignos, que são eliminados. Outro avanço beneficia a economia de energia nos processos de fabricação. A Mercedes-Benz está usando um revestimento em carros que não apenas se autorrepara quando arranhado como também economiza 75% de energia para ser aplicado. 

O que são os materiais regenerativos? 

Um exemplo é o concreto com microcápsulas de cola líquida. Quando a superfície racha, elas se abrem e a cola entra em contato com o ar, endurecendo imediatamente e reparando o concreto.

E os autolimpantes? 
Esses funcionam da mesma forma que os revestimentos que mastigam a poluição. Certas nanopartículas são capazes de fazer o que se chama de fotocatálise: separam a sujeira e os poluentes químicos.Mas ainda não vemos essa aplicação em materiais dentro das casas, uma vez que é a luz do Sol que dá início ao processo e a chuva lava o resíduo. 

O iPhone 3GS, da Apple, usa nanotecnologia no processador e por isso consegue ser tão rápido e tão compacto, mesmo com funções de notebook.

O que é o LED orgânico? 
Os OLEDS (Organic Light-Emitting Diodes) são o próximo passo no desenvolvimento da iluminação com LEDs. LEDs são 30 vezes mais eficientes que as lâmpadas incandescentes e os OLEDs podem ser impressos sobre qualquer superfície. São extremamente _ exíveis, basicamente uma folha de plástico que acende. Além disso, assim como as telas dos computadores, aceitam ser programados para exibir imagens. 
A última notícia é que criarão paredes e forros que dispensarão a instalação de pontos de luz. 

Esses materiais já estão no mercado?
Hoje, há mais de 200 produtos de arquitetura e construção que incorporam a nanotecnologia. A maior fábrica de painéis solares do mundo cria suas placas imprimindo nanopartículas coletoras de raios de Sol sobre folhas plásticas. Revestimentos autolimpantes ou que combatem os germes também são muito populares, além do isolante aplicado como spray ou pintado sobre as superfícies como uma camada ultra fina e invisível. Já avanços como paredes luminosas ainda não saíram do laboratório, mas certamente transformarão o modo de construir. 

Há pesquisas sobre o impacto da nanotecnologiana saúde das pessoas e na natureza?

Sim, várias. É importante por se tratar de uma tecnologia poderosa: queremos ter a certeza de que estásendo aplicada responsavelmente. Até agora, não há relatos de maiores problemas, mas em alguns casos as consequências não aparecem até que as partículas se acumulem no corpo ou no meio ambiente.


Fonte: Planeta Sustentável