quinta-feira, 21 de junho de 2012

Campanha de Educação Ambiental

Sempre que se aproximam as festas juninas, surge, junto com elas, a preocupação com os danos causados ao meio ambiente e à saúde das pessoas, por conta do desmatamento e da fumaça, em virtude da tradição de queimar fogueiras.
Sabemos que a cultura do nosso povo deve ser preservada, mas entendemos que as pessoas precisam se conscientizar de que a queima da madeira neste período junino contribui, consideravelmente, para a destruição da mata nativa, e com o aumento do CO2 na atmosfera, causado pela fumaça, cresce o índice de doenças respiratórias, principalmente em crianças e em idosos.
Por isso, mantenham a tradição, mas sem exageros. Em vez de acenderem várias fogueiras, reúnam amigos e familiares em torno de apenas uma.

Essa Campanha de Educação Ambiental é desenvolvida há 3 anos pelo professor e ambientalista José Bezerra Neto, alerta quanto aos riscos para o meio ambiente e para a saúde.


segunda-feira, 18 de junho de 2012

Mata atlântica passa por mapeamento inédito sobre fungos

Fotos: Prof. José Bezerra Neto, Projeto Click Trilha no Parque Nacional Serra de Itabaiana, Sergipe - Brasil.


Comunidades de fungos presentes no solo de três áreas da mata atlântica foram analisadas e catalogadas em pesquisa realizada na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), pela bióloga Vivian Gonçalves Carvalho. “Os fungos desempenham várias funções essenciais ao ecossistema. Muitos deles podem ser extintos antes mesmo de sabermos de sua existência, o que representaria uma grande perda para a ciência, principalmente para avanços na biotecnologia”, ressalta a pesquisadora sobre a importância do estudo. Vivian estimou que existam cerca de 1840 espécies de fungo no solo da mata atlântica.


As amostras de solo analisadas são provenientes de parcelas permanentes da mata atlântica, porções que foram implantadas pelo programa Biota da Fapesp para servirem como área de pesquisa da biodiversidade do estado de São Paulo. Elas estão localizadas no Parte Estadual de Carlos Botelho, na Serra de Paranapiacaba, Estação Ecológica de Assis, em Assis, e Parque Estadual da Ilha do Cardoso, no litoral sul de São Paulo.


A mata atlântica é um bioma presente na maior parte da região litorânea do Brasil e uma das mais importantes florestas tropicais do mundo. A colonização deu início à extinção da porção nativa da mata, que se acentuou nas últimas décadas com a expansão agrícola. Esses dados ressaltam a importância de se fazer um mapeamento de comunidades microbianas desse bioma, antes que espécies desconhecidas sejam extintas.

Avaliação
Foram escolhidas três espécies arbóreas que estavam presentes nas três áreas. Foram recolhidas amostras do solo que estavam sob a copa dessas árvores. As amostras foram recolhidas em época de alta pluviosidade e de baixa pluviosidade, ou seja, de alta e baixa incidência de chuva. 


 Vivian utilizou métodos tradicionais e métodos moleculares, o que confere caráter inédito à sua pesquisa. Os estudos sobre fungos do solo da mata atlântica publicados até o momento utilizam apenas métodos de cultivo em laboratório para a identificação das espécies. “Esses métodos, porém, são capazes de recuperar apenas uma pequena parte da comunidade total de fungos, já que muitas espécies não crescem em meios de cultura devido às exigências nutricionais dentre outros fatores”, explica.



A avaliação tradicional consiste no isolamento e no cultivo dos fungos, para que depois eles sejam identificados. Foram isoladas e identificadas 142 espécies por meio do método de cultivo utilizado. “Todas elas estão armazenadas na Universidade Federal de Lavras (UFLA), onde essa parte da pesquisa foi realizada e podem servir de base para outros estudos”.

 

Já as avaliações moleculares foram duas: a eletroforese em gel com gradiente de desnaturante (DGGE), que é uma técnica que permite a avaliação de diferenças na estrutura das comunidades de fungos de diferentes áreas e diferentes épocas e a de pirosequenciamento, que possibilita a recuperação de um grande número de sequências de DNA de fungos presentes nas amostras de solo. Por meio desse método foi possível recuperar cerca de 39 mil sequências de DNA.

 

Elas foram agrupadas em Unidades Taxonômicas Operacionais (UTOs), que representam prováveis espécies de fungos. “Com esse método de pirosequenciamento foi possível identificar cerca de 1840 “espécies” (UTOs) de fungo apenas nas amostras de solo analisadas.” Vívian ressalta: “Se considerarmos a área total de mata atlântica, esse número de espécies é, provavelmente, muito maior”.

 

 Características gerais
A pesquisadora avalia que há uma distribuição bastante homogênea entre as comunidades de fungos dentro de cada uma das três áreas analisadas. Também ficou claro que a pluviosidade não é um fator que influência de maneira relevante a presença desses fungos, já que os dados gerados na análise do período de baixa pluviosidade foi semelhante a da época de alta pluviosidade.


“Algumas diferenciações ficaram claras, como que o Parte Estadual de Carlos Botelho e o Parque Estadual da Ilha do Cardoso têm comunidades de fungos mais semelhantes entre si, enquanto que as comunidades da Estação Ecológica de Assis se diferencia em algumas características. Acreditamos que é porque a Estação de Assis fica mais distante do litoral e pode ter sofrido com a continentalidade, caracterizado pelas maiores variações de temperatura e regimes de chuva ao longo do ano. Por outro lado, os demais parques são geograficamente mais próximos entre si e ao litoral”, comenta a bióloga.

Com todos esses dados emitidos, Vivian e seu orientador montaram uma rede, que eles chamaram de rede neural artificial. Essa rede juntava todos os dados coletados durante o estudo e a partir dela foi possível fazer uma série de inferências acerca dos fatores que exerceram maior influência na diversidade de fungos do solo.

Dentre as variáveis analisadas, a matéria orgânica do solo e o pH mostraram ter maior efeito na diversidade da comunidade de fungos do solo da mata atlântica.

O estudo teve orientação do professor Marcio Rodrigues Lambais, também da Esalq.

Fonte: Paloma Rodrigues, Agência USP de Notícias.


sábado, 9 de junho de 2012

RECURSOS NATURAIS: Os bons frutos da economia verde

O camarão que vira remédio. A bromélia que vira autopeça. O peixe que vira roupa. Ao conciliar produção e biodiversidade, o Brasil tem excelentes exemplos a dar na Rio+20


Os conceitos de uma economia verde, urgentes para viabilizar a sustentabilidade no século 21, ainda estão em aberto. Tanto que a discussão dos princípios desse segmento é um dos temas centrais da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20. É frágil o consenso na urgência de o mundo mudar; de empresas e governos incorporarem critérios de conservação e justiça social à economia formal; de se promover formas de organização e inovações tecnológicas capazes de reduzir a produção de resíduos, zerar emissões, impulsionar a eficiência energética e racionalizar o uso dos recursos naturais. 
Ainda assim, são numerosas as maneiras de traduzir isso tudo em um só modelo de sucesso. Artesanato e extrativismo são boas vitrines, mas não bastam. A economia verde pede bases mais amplas, sólidas, inteligentes e inovadoras. Deve ir além dos subsídios oficiais e quebrar tabus, inclusive os do movimento ambientalista. 

Um bom caminho é unir ciência e empreendedorismo - como fez a família Craveiro no Nordeste do Brasil. O pai, o químico Afrânio Aragão Craveiro, professor da Universidade Federal do Ceará (UFC), recebeu em 1988 um pedido do maior produtor regional de camarão para pesquisar uma solução para seus resíduos de processamento - montanhas malcheirosas de casca e cabeça do crustáceo. Sem receio de lidar com uma indústria considerada suja por seu histórico, Afrânio Craveiro apostou firme no princípio da reciclagem: a melhor maneira de eliminar resíduos é transformá-los em matéria-prima. 


Na verdade, ele inventou a matéria-prima para depois criar a indústria que a utilizaria. Lançou mão de sua ciência para descobrir a serventia de um polímero natural chamado quitina, presente na carapaça do camarão e de outros crustáceos, como lagosta, siri e caranguejo, cuja principal característica é aglutinar e absorver gorduras e óleos. Com base na quitina, o químico desenvolveu a quitosana, usada no combate à obesidade e ao colesterol alto. Chegou a comercializar 1 milhão de cápsulas no primeiro ano, fabricadas em uma empresa incubada no Parque de Desenvolvimento Tecnológico (Padetec), da UFC, dirigido por ele. Em seguida, Craveiro teve a ideia de atacar os vazamentos de petróleo. Para tanto, criou microesferas de quitosana. Pulverizadas sobre o poluente, derramado em águas doces ou salgadas, elas formam aglomerados fáceis de recolher, tornando a limpeza mais eficiente. 

O produto, que rendeu um prêmio da Petrobras e três patentes, agora está em fase de testes de campo, já com melhorias incorporadas graças à nanotecnologia. Dentro das microesferas de quitosana, o pesquisador conseguiu inocular bactérias capazes de degradar o petróleo. Assim, ao lançar as novas microesferas em um vazamento, enquanto a quitosana aglutina o óleo, as bactérias já tratam de digerir tudo. O processo de limpeza ambiental se acelera e ameniza as dificuldades com a destinação do petróleo recolhido. Com base no mesmo raciocínio, o projeto da vez é uma membrana de quitosana para filtragem da água e purificação de efluentes industriais, com a possibilidade de absorver gorduras, proteínas, pesticidas e metais pesados.

Fonte: Liana John, National Geographic Brasil 

sábado, 2 de junho de 2012

Prática - 07, parte 1, Fungos: Morfologia e fisiologia

Os Alunos do ensino médio participaram de uma aula prática, orientados pelos professores José Bezerra e Reinalda Alves, durante a prática observaram liquens, bolores, mofos, leveduras, cogumelos e orelhas-de-pau.
Os fungos contribuem de forma fundamental na manutenção e a ciclagem de matéria nos ecossistemas, pois muitos são decompositores de matéria orgânica. 


 Eles podem ser unicelulares ou pluricelulares. Alguns são causadores de doenças, outros são comestíveis e outros usados na indústria para fabricação de bebidas e do pão.

Os fungos são eucariontes e heterótrofos. Os representantes mais conhecidos são o bolor de pão, mofo, orelha de pau, leveduras e o cogumelo
Os fungos e as bactérias decompositoras, são responsáveis pela reciclagem de nutrientes ao degradarem a matéria orgânica.


Alguns fungos são venenosos, como o cogumelo branco da espécie Amanita muscuria, que pode matar uma pessoa, e espécies do gênero Psilocybe, que provocam efeitos alucinógenos semelhantes ao LSD, causando sérios danos ao sistema nervoso. 

Os fungos são compostos por hifas, que são filamentos de células que formam uma rede, chamada de micélio. Os fungos não possuem clorofila, por isso não produzem seu próprio alimento. Eles soltam ao seu redor uma substância chamada exoenzima. Essas enzimas digerem moléculas orgânicas do ambiente, e então o fungo absorve. 

Algumas espécies de fungos vivem em associações mutualísticas com raízes de plantas, formando as micorrizas, que podem ser observadas em tomateiro, morangueiro, macieira e gramíneas, em geral. 


Os fungos também podem se associar a algas verdes e a cianobactérias, formando os liquens, que se instalam em troncos de árvores, rochas, muros, etc. 


Roteiro:
Nesta aula prática, você terá oportunidade de observar algumas estruturas dos fungos e liquens. 


Objetivos:
Identificar diferentes tipos de fungos e liquens.
Observar a reprodução dos fungos.
Observar macroscopicamente e microscopicamente a estrutura dos fungos e liquens.
Avaliar a importância biológica dos fungos e liquens. 


Parte experimental/ Material:
microscópio, estereoscópio, lupa manual, lâminas e lamínulas, fermento biológico (50g), exemplares de fungos (mofos, cogumelos, orelhas-de-pau, etc. e liquens, solução de água com açúcar (100g de açúcar + 1 litro de água).


Procedimento:
Prepare, com antecedência, o fermento biológico em água com açúcar, por um dia, para que ele possa se desenvolver. 


Prepare lâmina e lamínula com amostras do fermento desenvolvido, evidenciando a estrutura do fungo ao microscópio. Observe-o em aumentos, pequeno e médio. 


Identifique os fungos em brotamento, na infusão.
Analise macroscopicamente, com auxílio de uma lupa manual, a estrutura de um cogumelo. 


Prepare, entre lâmina e lamínula, um fragmento de um líquen, observando, em menor e médio aumentos, as hifas dos fungos e as células das algas. 


Desenhe o que você observou.
                        Aspectos macroscópicos dos fungos.
                        Estruturas microscópicas dos fungos.
                        Estruturas microscópicas dos liquens.
                        Saccharomyces cerevisae em diferentes estágios de brotamento. 













Fonte: Biologia; práticas de laboratório Coleção Pitágoras, Professora Maria Lúcia.