sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Observação Microscópica e Coloração de Gram


O Laboratório de Biologia e Meio Ambiente é um local de aprendizagem e desenvolvimento do aluno como um todo.


Segundo Capeletto (1992), existe uma fundamentação psicológica e pedagógica que sustenta a necessidade de proporcionar à criança e ao adolescente a oportunidade de, por um lado, exercitar habilidades como cooperação, concentração, organização, manipulação de equipamentos e, por outro, vivenciar o método científico, entendendo como tal a observação de fenômenos, o registro sistematizado de dados, a formulação e o teste de hipóteses e a inferência de conclusões.


 A observação de microrganismos reveste-se de dificuldades não só devido à sua reduzida dimensão, mas também porque estes são praticamente transparentes e incolores, motivo pelo qual recorre-se normalmente a técnicas de coloração, como a Coloração de Gram.


 Com esse objetivo os alunos dos primeiros anos do ensino médio desenvolveram práticas para observar tipos de estruturas celulares, relacionaram as suas formas às funções que exercem no organismo, além de observarem vários tipos de células animais, vegetais e células de bactérias presentes num iogurte.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Microscopia e a Entomologia

 A entomologia é a parte da biologia que estuda os insetos, grupo de animais dominantes no mundo nos dias de hoje (BORROR ET AL, 1989), e estes são encontrados nos mais diversos habitats.


Embora se conheça perto de um milhão de espécies de artrópodes, que constituem a maioria dos animais da terra, esta é apenas uma pequena porcentagem do número total, pois alguns entomólogos acreditam que exista mais de 30 milhões de espécies de insetos (hexápodes) a serem descobertos. (RUPERT ET AL, 2005).

 O laboratório tem um papel muito importante para a os alunos possibilitando o estudo dos insetos, suas características como presença ou ausência de asas, presença de antenas ou ausência, tipos de aparelho bucal, diferenças na cabeça, tórax, abdômen, pernas e outras estruturas.


Visualizar as características morfológicas dos insetos, dessa forma, despertar a curiosidade e o interesse no ramo de pesquisas entomológicas.


Com o objetivo de treinar o manuseio do microscópio de luz (instrumental básico utilizado para o estudo da célula), desenvolver hábitos de trabalho em laboratório, estimular os alunos a uma tendência científica, despertando a consciência de cooperação e responsabilidade.


Os alunos do ensino médio tiveram aula prática sobre os insetos: Tenébrio molitor e Palembus dermestoides.




sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Melina Furman: “É preciso ensinar atitudes científicas”

 Para a especialista argentina Melina Furman, é fundamental privilegiar a observação, a classificação e a formulação de perguntas para desenvolver o raciocínio.


 De um lado, estão os professores que propõem o ensino de Ciências com base em experiências práticas, feitas em laboratório - os chamados tecnicistas. De outro, estão os educadores que focam a transmissão de conceitos e a teoria em aulas expositivas - e que, pela escolha metodológica, são conhecidos por tradicionalistas. As limitações de ambas as linhas levou ao desenvolvimento, desde a década de 1970, de uma terceira perspectiva, conhecida como investigativa. A bióloga argentina Melina Furman é uma das mais expressivas representantes dessa corrente. Doutora em Educação e Ciências pela Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, e coordenadora científica da Sangari Argentina, ela vem dedicando-se à pesquisa desse novo modo de ensinar a disciplina, que propõe se basear em uma situação-problema para oferecer aos alunos a oportunidade de observar, levantar hipóteses, fazer registros e tirar conclusões. 


 “Dessa forma, permitimos que as crianças e os jovens avancem num processo que possibilitará a formação de um pensamento sistemático, crítico e autônomo, capaz de preparálos para enfrentar os desafios da atualidade dentro e fora da escola”, diz. Seu livro mais recente, La Aventura de Enseñar Ciencias Naturales (ainda sem título em português), escrito com a colega María Eugenia de Podestá, rendeu-lhe o primeiro prêmio na categoria Educação na Feira Internacional do Livro de Buenos Aires, neste ano. Em entrevista concedida por e-mail, Melina esclarece alguns dos principais conceitos de sua obra e de suas mais recentes pesquisas acerca do tema.


 Qual deve ser o foco do ensino de Ciências na escolarização básica? 
Penso que devemos privilegiar o desenvolvimento de algumas competências que têm a ver com a formação do pensamento científico crítico e autônomo. Uma delas é sustentar o que se diz. Um estudante deve saber convencer os outros da validade de suas afirmações com base em evidências. Ao mesmo tempo, deve usar o pensamento científico para analisar o grau de credibilidade das afirmações que ouvimos dos outros, tanto das pessoas com quem mantemos contato direto como dos meios de comunicação e de todas as outras fontes de informação no dia a dia. Além disso, o pensamento crítico está relacionado à capacidade – e também ao desejo, por que não? – de buscar explicações para os fenômenos e de aprender a pensar em estratégias ou caminhos que nos ajudem a responder às perguntas que nos fazemos constantemente. Em resumo: o fundamental é fornecer aos alunos ferramentas que lhes permitam pensar por si mesmos para que se tornem menos vulneráveis. E, nesse sentido, o ensino de Ciências tem muito a contribuir. 
 


 Qual é a responsabilidade da escola nesse processo? 
É muito grande, já que as pesquisas em Educação demonstram que o pensamento científico não é algo inato ou espontâneo, mas requer o desenvolvimento de hábitos de pensamento sistemáticos e rigorosos, que exigem esforço e tempo. Como se trata de uma aprendizagem complexa – que, inclusive, pode muitas vezes contradizer o nosso senso comum –, é preciso que seja ensinada. Se pensarmos na quantidade de anos que as crianças e os jovens passam na escola, fica claro que essa instituição tem uma oportunidade única de contribuir para formar essas habilidades de pensamento, num trabalho que começa na infância.

 


 Nessa perspectiva, de que forma os professores devem atuar? 
Os educadores devem saber que os modos de fazer e pensar da ciência são parte fundamental do que devem ensinar. Se esses não forem seus objetivos didáticos, o desenvolvimento do pensamento científico acabará ocupando um lugar secundário, enquanto os dados, a terminologia e os conceitos continuarão figurando como o mais importante.

Fonte: Revista Nova Escola 

Professor sergipano conquista Prêmio Betinho

O professor e educador ambiental José Bezerra Neto realiza projetos na área social há mais de 20 anos. Suas ações envolvem educação e meio ambiente nas escolas e associações em Aracaju (SE). Graças aos diversos projetos realizados na área, ele – que é ex-aluno e hoje professor do Colégio Arquidiocesano – foi indicado e ganhou o Prêmio Betinho Atitude Cidadã 2010, sendo um dos dois mais votados do Brasil.

A votação da terceira edição do Prêmio Betinho chegou ao fim no dia 30 de novembro. Desde o dia 9 de agosto, quando foi lançado, foram computados 56.507 mil votos de reconhecimento às atitudes de pessoas de todo o país que se mobilizam de diversas formas para melhorar as condições de vida de comunidades de baixa renda ou das localidades onde vivem.

“Com a educação ambiental, a comunidade mudou hábitos alimentares e suas atitudes com relação ao lixo, o saber fazer através da solidariedade, entre outros. Sinto-me honrado pelo reconhecimento do trabalho desenvolvido ao longo de todos esses anos. É uma honra receber esse prêmio porque só vem reafirmar nosso compromisso com o meio-ambiente e a solidariedade com as pessoas. E não é só meu, é meu e de meus alunos, que me ajudam a desenvolver meus projetos”, afirma o professor.



O foco é amplo. Suas ações abrangem desde temas como reflorestamento; despoluição de rios e margens, preservação dos animais silvestres; plantio de árvores em bosques, praças e avenidas de Aracaju; até coleta seletiva e economia de energia e água. Além desses projetos, que já somam mais de 17, ele ajuda a realizar campanhas de arrecadação de alimentos e captação de ração para cães e gatos.

Todo esse trabalho promove a conscientização ambiental e social de jovens e crianças. “Depois da visitação a uma creche com alunos de uma escola, esses alunos viram uma realidade bem diferente da deles, e, incomodados com a situação, passaram a ser mais solidários com as pessoas mais necessitadas”, explica José.

Esta é a primeira vez que o professor é indicado ao prêmio. Apesar de ter saído vitorioso, ele nunca pensou que algum dia fosse recebê-lo. “A indicação a esse prêmio não foi uma meta, mas sim consequência de todo o trabalho desenvolvido. O Cheirinho de Mato foi muito importante, sem dúvida, para esse reconhecimento, mas os outros projetos que desenvolvi 
nesses mais de 20 anos em prol da comunidade e meio ambiente também foram importantes, tais como as oficinas de educação ambiental para escolas públicas, a despoluição de rios e margens, além das várias campanhas de arrecadação de alimentos e de ração para cães e gatos”, disse Bezerra. 

Segundo o professor, as aulas de educação ambiental podem ajudar a melhorar a qualidade de vida dos alunos e, consequentemente, de suas famílias, sensibilizando, mudando a concepção e o comportamento das pessoas em relação ao meio ambiente. “Ensinar as crianças a cuidar do meio ambiente é plantar uma semente para colher um futuro sustentável. A Educação Ambiental é um instrumento eficaz de interação entre a sociedade e a natureza. É o caminho para que cada indivíduo mude de hábitos e assuma novas atitudes que levem à diminuição da degradação ambiental e à melhoria na qualidade de vida”, completou.




O Prêmio Betinho
O Prêmio foi lançado pelo Comitê de Entidades no Combate à Fome e pela Vida (COEP) em 2008, buscando valorizar as pessoas que praticam no dia-a-dia a luta contra a fome e a promoção da cidadania. Ele quer ainda dar rosto, voz e reconhecimento a quem participa ativamente da comunidade onde vive e acredita que cada um – do seu jeito – pode fazer a sua parte para construir um Brasil melhor e mais justo. O Prêmio também serve de estímulo para que todos encontrem sua forma de participação. 


Em sua 1ª edição, a iniciativa recebeu cerca de 17 mil votos, provenientes de 674 localidades, e 33 vencedores foram anunciados durante o II Encontro Nacional do COEP, realizado no Rio de Janeiro. Durante a solenidade pelo aniversário de 15 anos do COEP, a esposa de Betinho, Maria Nakano, recebeu simbolicamente o troféu em nome dos vencedores: uma pequena escultura com a caricatura de Betinho feita pelo cartunista Ique, que cedeu o direito de uso de sua obra. Em 2009, o Prêmio teve ainda mais participantes. Foram cerca de 78 mil votos de 1.410 localidades e 32 vencedores.


O COEP é uma rede que reúne comunidades, organizações e pessoas. São cerca de 1,1 mil organizações, públicas e privadas (universidades, empresas, órgãos governamentais, entidades de classe e organizações não governamentais, entre outras); mais de 100 comunidades em todos os estados brasileiros; 29 municípios e mais de 12,5 mil participantes da Rede Mobilizadores. A Rede Mobilizadores reúne pessoas, do Brasil e do exterior, que atuam ou desejam atuar na área social. Os (as) participantes interagem e aprimoram conhecimentos e práticas na área social por meio do site www.mobilizadores.org.br.

Fonte: Jornal da Cidade


sábado, 1 de janeiro de 2011

Quebra de Dormência de Sementes











Os alunos dos primeiros anos do ensino médio desenvolveram vários experimentos com vegetais com o objetivo de conhecer mais sobre suas formas de propagação e colaborar com o processo de produção de mudas de espécies nativas.

Aula Prática:
Frente a necessidade urgente da reposição da vegetação nativa ou recuperação de áreas desmatadas, a compreensão da biologia reprodutiva (modo como as espécies se reproduzem na natureza) das essências nativas (espécies da flora brasileira) se tornou de fundamental importância, para que esta recomposição florestal possa ser feita de forma racional. Dentre os vários fatores a serem estudados, existe um em especial que atinge diretamente a produção de mudas, que é o processo de dormência das sementes.

A dormência de sementes é um processo caracterizado pelo atraso da germinação, quando as sementes mesmo em condições favoráveis (umidade, temperatura, luz e oxigênio) não germinam. Cerca de dois terços das espécies arbóreas, possuem algum tipo de dormência, cujo fenômeno é comum tanto em espécies de clima temperado (regiões frias), quanto em plantas de clima tropical e subtropical (regiões quentes). O fenômeno de dormência em sementes advém de uma adaptação da espécie as condições ambientais que ela se reproduz, podendo ser de muita ou pouca umidade, incidência direta de luz, baixa temperatura etc. É portanto um recurso utilizado pelas plantas para germinarem na estação mais propícia ao seu desenvolvimento, buscando através disto a perpetuação da espécie (garantia de que alguns indivíduos se estabeleçam) ou colonização de novas áreas.

Quando nos deparamos com este fenômeno há necessidade de conhecermos como as espécies superam o estado de dormência em condições naturais, para que através dele possamos buscar alternativas para uma germinação rápida e homogênea, este processo é chamado de Quebra de Dormência.

Processos para Quebra de Dormência das sementes:
Escarificação química: é um método químico, feito geralmente com ácidos (sulfúrico, clorídrico etc.), que possibilita as sementes executar trocas com o meio, água e/ou gases.
Escarificação mecânica: é a abrasão das sementes sobre uma superfície áspera (lixa, piso áspero etc). É utilizado para facilitar a absorção de água pela semente.
Estratificação: consiste num tratamento úmido à baixa temperatura, auxiliando as sementes na maturação do embrião, trocas gasosas e embebição por água.
Choque de temperatura: é feito com alternância de temperaturas variando em aproximadamente 20ºC, em períodos de 8 a 12 horas.
Água quente: é utilizado em sementes que apresentam impermeabilidade do tegumento e consiste em imersão das sementes em água na temperatura de 76 a 100ºC, com um tempo de tratamento específico para cada espécie.

Tabela. Tratamentos recomendados para quebrar a dormência das sementes em algumas espécies arbóreas.
Espécie
Nome Científico
Tratamento
Canafístula
Peltophorum dubium
Água ( 80o C ) - 5 min
Candíuva
Trema micrantha
Água ( 50o C ) - 5 min
Candíuva
Trema micrantha
Ácido Sulfúrico - 5 min
Copaíba
Copaifera languisdorffii
Escarificação Mecânica
Flamboyant
Delonix regia
Água ( 80o C ) - 5 min
Guatambu
Aspidosperma ramiforum
Imersão em água parada por 4:00 h
Ipê-felpudo
Zeyhera tuberculosa
Imersão em água parada por 15:00 h
Jatobá
Hymenaea courbaril
Escarificação com lixa
Leucena
Leucena leucocephala
Ácido Sulfúrico - 20 min
Leucena
Leucena leucocephala
Água - Ambiente - 12:00 h
Orelha de negro
Enterolobium contortisiliquum
Ácido Sulfúrico - 90 min
Orelha de negro
Enterolobium contortisiliquum
Escarificação Mecânica
Pau ferro
Caesalpinia leiostachya
Ácido Sulfúrico - 45 segundos
Sapucaia
Lecythis pisonis
Retirar o arilo
 Fonte: Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais